Sharon Marie Tate
(Dallas, 24 de Janeiro de 1943 – Los Angeles, 9 de Agosto de 1969), foi uma
atriz norte-americana e uma das mulheres mais bonitas do cinema da década de
1960.
Considerada uma
das melhores promessas do cinema e sex symbol de Hollywood, na época de sua
morte, aos 26 anos, já era conhecida mundialmente, estava casada com o diretor
polonês Roman Polanski, havia participado de sete filmes, trabalhado como
modelo para comerciais e revistas de moda e tinha sido indicada para o Globo de
Ouro pelo filme O Vale das Bonecas, de 1967.
Sharon foi a
primeira de três filhas a nascer da união entre o coronel Paul Tate, um oficial
do Exército dos Estados Unidos e Doris Gwendolyn. Aos seis meses, ganhou o seu
primeiro concurso de beleza, sendo coroada Miss Tiny Tot de Dallas, sua cidade
natal, mas seus pais não tinham ambições artísticas para a filha. Seus pai,
como militar, era promovido e transferido de cidade em cidade. Aos 16 anos,
Sharon já tinha morado em seis cidades e se queixava de não conseguir fazer
amizades. Sua família a descrevia como tímida e com falta de auto-confiança.
Quando se tornou adulta, ela comentou que as pessoas confundiam sua timidez com
indiferença até que a conhecessem melhor.
Á medida que
crescia, sua beleza começava a chamar a atenção e ela começou a trabalhar como
modelo e participou de vários concursos de beleza , sendo eleita "Miss
Richland", do estado de Washington, aos 16 anos.Não pode participar do
concurso estadual porque o pai foi logo a seguir transferido para a Itália,
levando toda a família. Ao chegar em Verona, ela descobriu que tinha se tornado
uma celebridade local, com uma foto sua de maiô publicada na capa do Stars and
Stripes, o jornal das Forças Armadas. Ela começou a fazer amigos na escola
americana deVicenza e com eles, participou como figurante de um filme sendo
feito no local, Adventures of a Young Man, com Paul Newman. Notada por um dos
atores do filme, Richard Beymer, os dois começaram a namorar e Beymer a
incentivou a entrar para a carreira artística. Naquele mesmo ano, quando
Barrabás começou a ser filmado perto de Verona, ela conseguiu mais uma vez um
trabalho de figurante. Em seguida, Tate retornou aos Estados Unidos sozinha,
dizendo à família que queria completar os estudos nos Estados Unidos, mas em
vez disso foi atrás de oportunidades no cinema. Após alguns meses, a mãe,
Doris, teve um distúrbio nervoso e Tate foi convencida a voltar para a Itália.
Quando a família
voltou aos Estados Unidos, Sharon resolveu perseguir o seu sonho de ser estrela
de cinema. Em Hollywood, ela procurou Hal Gefsky, o agente de Beymer, que disse
que "ela era tão linda e jovem que eu não sabia direito o que fazer com
ela".Praticamente assim que voltou para casa, ela começou a trabalhar
constantemente em comerciais de tv e revistas de moda, com os melhores
fotógrafos do mercado, como Bert Stern e Philippe Halsman. Gefsky apresentou
Tate a um dos mais importantes produtores de Hollywood, Martin Ransohoff, que
ficou chocado com a beleza dela, decidiu contratá-la e fazer dela uma estrela.
Como Sharon era menor de 21 anos, seus pais foram chamados para discutir um
contrato e, atendendo aos desejos da filha, Paul e Doris concordaram que Sharon
seguisse seu caminho no show business.
Em 1964, ela viria
a conhecer e a namorar Jay Sebring, que começava a se estabelecer como
cabeleireiro das celebridades em Hollywood e que, apaixonando-se por ela, a
pediu em casamento, o que Sharon recusou. Era sua intenção deixar a vida
artística quando casasse, mas ela ainda tinha muito pela frente antes de deixar
a carreira que mal se iniciava. Sebring, com o passar dos anos e de seu posterior
casamento com Polanski, acabou tornando-se seu grande amigo e os dois morreriam
juntos cinco anos depois.
Ela começou por
pequenos papéis na televisão, em séries de tv como The Beverly Hillbillies e O
Agente da UNCLE, mas Sharon estava ansiosa por conseguir melhores papéis no
cinema e chegou a fazer um teste para o papel de 'Liesl', a filha mais velha do
Barão von Trapp em A Noviça Rebelde.e para o par amoroso de Steve McQueen em
The Cincinnati Kid, papel que perdeu para Tuesday Weld. Sam Peckinpah, o diretor
do filme, e Ransohoff, concordaram que sua timidez e inexperiência na profissão
a fariam perder-se num papel tão grande.Mas Ransohoff estava tão certo de que
Tate viraria uma superestrela que investiu cerca de um milhão de dólares em sua
preparação, divulgação e treinamento. Ela chegou a ser conhecida na época como
a Million Dolar Baby, a última das estrelas de estúdio e o The Edmonton Journal
a colocou na capa com a manchete de que Tate era a nova aposta de Hollywood em
quem se estava investindo uma pequena fortuna.
Em 1966, seu
mentor conseguiu para ela seu primeiro papel importante num filme, O Olho do
Diabo, a ser filmado em Londres com David Niven,Deborah Kerr e David
Hemmings,que no mesmo ano viraria uma grande estrela internacional como o
fotógrafo de Blow-Up. O filme seria o grande teste de Sharon, da sua capacidade
de impressionar na tela e de representar papéis de importância. O diretor J.
Lee Thompson teve inicialmente grandes dúvidas sobre seu potencial e chegou a
comentar com Ransohoff que "se ela não desempenhasse o que esperávamos nas
duas primeiras semanas, eu iria colocá-la na geladeira, diminuindo seu
papel" mas logo percebeu que sua presença na tela era "tremendamente
excitante".Ela interpretou Odile de Caray, uma linda jovem com poderes
sobrenaturais, que exerce um misterioso poder sobre um dono de terras e sua
mulher. Apesar de não ter tantas falas quanto seus colegas mais famosos, o
desempenho de Tate foi considerado crucial para o filme e sua personagem foi
necessária, mais do que a dos outros membros do elenco, para definir um tom
etéreo na trama. Ransohoff ficou animado com o trabalho de Tate e foi atrás de
outros papéis importantes. Ela continuou em Londres, vivendo o mundo da moda e
a noite londrinas, já que Sebring tinha voltado aos Estados Unidos por
compromissos profissionais. Foi nessa época que conheceu Roman Polanski.
No fim daquele ano
Ransohoff começou a produzir um novo filme a ser dirigido por Polanski, A Dança
dos Vampiros, uma comédia de humor negro. Polanski queria Jill St. John para o
principal papel feminino mas concordou em conhecer Sharon a pedido do produtor.
Depois de um jantar em que discutiram o papel, ele concordou que ela pudesse
estrelar o filme, desde que Sharon usasse uma peruca vermelha para a
personagem.Durante as filmagens, em que inicialmente o diretor teve pouca
paciência com Sharon, chegando a rodar setenta vezes uma mesma cena para ficar
satisfeito mas depois elogiando seu desempenho, os dois se apaixonaram e ela
foi viver com Polanski no apartamento dele em Londres. Sebring, em Hollywood,
ficou devastado com a notícia. Para a promoção do filme, o fotógrafo Francesco
Scavullo fotografou Tate na neve de casaco de pele e peruca vermelha para a
revista Vogue e o próprio Polanski fez um ensaio com ela seminua para a revista
Playboy. A Dança dos Vampiros veio a ser um grande sucesso de público para
Polanski e lançou Sharon Tate ao estrelato.
Pouco tempo
depois, Sharon voou de volta pra Los Angeles para participar de nova produção
de Ransohoff, Não Faça Ondas, uma comédia hedonista passada nas praias da
Califórnia onde ela enfeitiça Tony Curtis com seu rosto e corpo absolutamente
perfeitos, aparecendo quase o tempo todo de biquíni. Como uma atlética
pára-quedista e ginasta chamada 'Malibu', ela mesmo fez todas as suas cenas de
dublê impressionando a equipe de filmagem.Para promover o filme, incontáveis
fotos de Tate de biquíni como 'Malibu' saíram na mídia e seu sucesso foi tão
grande - apesar das críticas e bilheterias medíocres que o filme conseguiu -
que na estréia dele fotos em tamanho natural da personagem estavam por todas as
salas de entrada dos cinemas dos Estados Unidos e ela se tornou
garota-propaganda da Coppertone.Durante as filmagens, Curtis tornou-se um amigo
íntimo do casal Tate-Polanski e virou conselheiro sentimental da atriz.
Em março de 1967,
a matéria com Tate na Playboy chegou às bancas e a revista afirmava que
"esse é o ano do acontecimento Sharon Tate", acompanhada de seis
páginas de editorial seminu que ela havia feito com Polanski durante as
filmagens de A Dança dos Vampiros. Ela estava otimista com os lançamentos de
Eye of the Devil e o filme com Polanski e tinha sido contratada para um dos
papéis principais de O Vale das Bonecas, a versão cinematográfica do super
best-seller de Jacqueline Susann. Na época, Tate deu entrevistas sobre suas
pretensões no cinema, que tentava encontrar um lugar nas comédias ligeiras como
Carole Lombard.
e o tipo de
atrizes contemporâneas de quem gostava, se dizendo admiradora de Faye Dunaway e
Catherine Deneuve. Sobre a última ela declarou: "Eu gostaria de ser a
Catherine Deneuve americana. Ela interpreta personagens profundas, sensitivas e
bonitas, sempre com um rasgo de inteligência entre elas".
O Vale das Bonecas
foi um sucesso de bilheteria mas foi massacrado pela crítica. Mesmo assim, com
sua personagem "Jennifer North" - uma aspirante a atriz admirada pela
beleza mas não pelo talento, alguém com quem Tate se identificava - ela
conseguiu uma indicação ao Globo de Ouro de Revelação do Ano e críticas
elogiosas - mais por seu físico - da Newsweek, que chamava o filme de "sem
sentido e idiota" mas dizia que Tate era "surpreendentemente
fotogênica, infinitamente curvilínea e uma das mais esmagadoras jovens coisas a
atingir Hollywood em muito tempo" e do Chicago Tribune,"uma maravilha
de ser olhar".
Casamento com
Polanski
No fim de 1967,
Tate e Polanski retornaram a Londres e passaram a aparecer frequentemente em
artigos de jornais e revistas, onde Tate era descrita como moderna e
não-convencional. Eles se casaram em Chelsea, em 20 de janeiro de 1968, debaixo
de enorme publicidade. Polanski estava vestido com o que foi descrito como uma
'elegância eduardiana" e Sharon usou um minivestido branco e o casal foi
morar na nova casa de Polanski, no bairro de Belgravia. O fotógrafo Peter
Evans, amigo do casal os descreveu como "o casal imperfeito. Eles eram os
Douglas Fairbanks eMary Pickford dos nossos tempos. Legais, nômades, talentosos
e chocantemente bonitos.
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Roman Polanski e Sharon Tate casamento. |
Apesar de Sharon
querer um casamento tradicional, o marido continuou a ter um comportamento algo
promíscuo e ironizava as atitudes dela com sua infidelidade. Polanski fazia
sempre questão de lembrá-la que ela havia prometido que não tentaria mudá-lo.
Tate aceitou as condições dele mas confidenciava às amigas que tinha a
esperança que ele mudasse: "nós temos um grande acordo. Ele mente pra mim
e eu finjo que acredito".Polanski a pressionava para desfazer o acordo com
Martin Ransohoff e Sharon passou a ter uma vida mais caseira e a dar menos
importância à carreira. Roman dizia que queria ser casado com uma hippie e não
com uma dona de casa.
O casal retornou a
Los Angeles naquele ano e rapidamente passou a fazer parte de um grupo social
que incluía algumas das pessoas jovens mais bem sucedidas da indústria do
cinema, como Steve McQueen, Warren Beatty, Mia Farrow, Jacqueline Bisset,
Leslie Caron e Jane Fonda, músicos como Jim Morrisone The Mamas & the
Papas, e o produtor de discos Terry Melcher e sua namorada, a atriz iniciante
Candice Bergen. Jay Sebring continuava como um dos amigos mais próximos do
casal. O círculo de amigos pessoais de Polanski incluía pessoas que ele
conhecia desde a juventude na Polônia como Wojciech Frykowski e sua namorada, a
milionária herdeira de café Abigail Folger. O casal foi morar em um hotel em
West Hollywood por alguns meses até alugarem a casa da atrizPatty Duke em
Beverly Hills, no segundo semestre de 1968.A casa dos Polanski vivia sempre
cheia de gente e de estranhos e Tate falava da atmosfera casual que reinava
como parte do "espírito livre" da época, dizendo que não se
preocupava com quem vinha à sua casa já que seu lema era "viva e deixe
viver". Leslie Caron, sua amiga íntima, mais tarde comentou que o casal
era muito confiante nos outros "ao ponto da imprudência" e que ela
tinha ficado alarmada com aquilo.
No verão de 1968,
Sharon começou seu novo filme, The Wrecking Crew, uma sátira de espionagem ao
estilo dos filmes de James Bond, com Dean Martin no papel do agente secreto Matt
Helm, quarto filme da série com o espião bon-vivant norte-americano. Sharon,
como a desajeitada espiã-por-acaso 'Freya Carlson', fez suas próprias cenas de
ação e aprendeu artes marciais com Bruce Lee. Sucesso de bilheteria e fracasso
de crítica como o anterior, alguns críticos elogiaram seu talento para comédia.
Vincent Canby, do The New York Times, resenhou que "a única coisa boa do
filme era Sharon Tate, uma loira alta e realmente bonita". Sendo indicada
para vários prêmios neste ano, e ficando em segundo lugar - depois deLynn
Redgrave - numa grande pesquisa nacional entre donos de cinemas sobre quem
seria a "A Estrela do Amanhã"
- sua carreira começou a acelerar e seu cachê passou a ser de US$150 mil
por filme.
Sharon Tate
engravidou no fim de 1968 e em 15 de fevereiro de 1969 ela e Polanski
mudaram-se para uma mansão em Bel Air, em 10050 Cielo Drive.[15] A mansão, de
propriedade de Rudi Altobelli, tinha sido ocupada antes por seus amigos Terry
Melcher e Candice Bergen. O casal Polanski a tinha visitado várias vezes e
Sharon ficou excitada quando soube que ela tinha ficado vaga, referindo-se a
ela como "a casa dos sonhos". Em sua nova moradia, o casal continuou
a ser um anfitrião popular de um grande grupo de amigos, apesar de alguns deles
continuarem preocupados com certos estranhos que apareciam nas festas da casa.
Encorajada por ter
críticas boas com relação a seu talento para comédias, Sharon aceitou fazer um
novo filme nesta linha, na Itália. 12+1 (As Treze Cadeiras, nos Estados Unidos)
com Orson Welles e Vittorio Gassman, era uma oportunidade que viu de trabalhar
com um de seus ídolos, Welles. Em março de 1969 ela embarcou para a Europa com
Polanski, ela para as filmagens na Itália e ele para Londres, para fazer a
pré-produção e dirigir The Day of the Dolphin (com a morte de Tate, Polanski
deixou o projeto em agosto e o filme só foi realizado em 1973, dirigido por
Mike Nichols). Folger e Frykowski ficaram morando em Cielo Drive na ausência do
casal.
Terminadas as
filmagens de 12+1, Tate foi encontrar-se com Polanski em Londres e lá posou
para diversas revistas e deu inúmeras entrevistas. Perguntada por um jornalista
se acreditava em destino, respondeu: "Claro. Toda minha vida tem sido
decidida pelo destino. Acho que algo mais forte do que nós decide nossos
destinos. Eu só sei de uma coisa, eu nunca planejei nada do que tem acontecido
na minha vida". Ela retornou de Londres para Los Angeles no navio Queen
Elizabeth 2 em 20 de julho e Polanski pediu ao casal Folger-Frykowski que
ficasse morando com a mulher até sua volta. Tate tinha 19 dias de vida.
Morte
No dia 8 de
agosto, Sharon estava há quinze dias de ter seu bebê. Ela almoçou em casa com
duas amigas e contou a elas sobre seu desapontamento por Roman não estar ainda
ali, tendo adiado por alguns dias seu retorno de Londres. De tarde ele
telefonou, assim como suas irmãs, Debra e Patti, pedindo para passar a noite
com ela na casa, o que ela negou. De noite, ela foi com alguns amigos jantar no
restaurante El Coyote e retornaram à casa cerca de 22:30. Com ela estavam Jay
Sebring, Abigail Folger e Wojciech Frykowski. Na casa também estavam o caseiro
William Garretson, que morava numa construção menor afastada da casa principal,
e seu amigo, o estudante de 18 anos, Steven Parent.
Nos primeiros
minutos da madrugada do dia 9, a mando de Charles Manson, um grupo de seus
seguidores, todos eles jovens entre 20 e 23 anos, formado por Charles
"Tex" Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Linda Kasabian,
invadiu a casa de Cielo Drive e massacrou seus moradores. Parent foi morto a
tiros quando saía da da casa e deu de frente com o grupo que entrava e Tate,
Sebring, Folger e Frykowski assassinados a tiros e facadas na sala da
residência e nos jardins. Sharon Tate foi assassinada com 16 facadas, várias
delas na barriga em que carregava o filho.
Na noite seguinte,
o mesmo grupo, acrescido de Steve Grogan e Leslie Van Houten, cometeria outro
bárbaro assassinato nos mesmos moldes, em outro local da cidade, matando o
casal Leno e Rosemary LaBianca.
Depois de semanas
de investigação, os membros da Família Manson foram todos localizados, presos,
processados e condenados à morte em 1971, após um dos julgamentos mais cobertos
pela mídia na história criminal dos Estados Unidos. Durante os meses que se
seguiram, sem a descoberta dos culpados e mesmo depois da identificação deles,
todo o Condado de Los Angelesentrou em pânico e paranóia, pela revelação de que
os assassinatos da Família tinham sido aleatórios. Pessoas famosas e ricas
acreditavam que poderiam ser as próximas e abandonavam a cidade. Outros
contratavam guarda-costas e instalavam sofisticados sistemas de alarme em suas
casas. O ator Christopher Jones, astro de A Filha de Ryan, devastado com a
morte brutal de Tate, teve um bloqueio psicológico e abandonou a carreira de ator
durante as filmagens, precisando ser dublado na versão final do filme pelo
diretor David Lean.O escritor e jornalista investigativo Dominick Dunne deu seu
testemunho da dimensão do pavor que se instalou por Los Angeles nas semanas e
meses seguintes:
"A onda de
choque provocada pelos crimes Tate-LaBianca criou uma convulsão social na
cidade como nunca havia se visto. As pessoas estavam convencidas de que os
ricos e famosos da comunidade estavam em perigo. Crianças foram mandadas para
fora da Califórnia. Cercas eletrificadas foram instaladas e guardas pessoais
foram contratadas. Steve McQueen compareceu armado ao enterro de Jay
Sebring."
Sharon Tate foi
enterrada em 13 de agosto de 1969 no Holy Cross Cemetery em Culver City, com o
filho natimorto Paul Richard Polanski – assim batizado pòstumamente pelos pais
de Roman e Sharon – em seus braços. Anos depois, sua mãe Doris e sua irmã mais
nova Patti seriam enterradas no mesmo local, dividindo a mesma lápide.
Charles Manson, o
mentor intelectual das chacinas, Tex Watson, Patricia Krenwinkel, Susan Atkins
e Leslie Van Houlen, todos condenados à morte, tiveram suas penas comutadas
para prisão perpétua quando as leis da Califórnia foram mudadas em 1972,
considerando a pena de morte inconstitucional. Linda Kasabian, que participou
dos ataques mas não matou ninguém, recebeu imunidade e atuou como testemunha de
acusação contra os ex-companheiros durante os julgamentos, sendo, como
testemunha ocular, a principal peça para a condenação de todos à pena máxima
pedida pelo promotor Vincent Bugliosi, que em 1974 escreveu o livro Helter
Skelter, contando em detalhes todo o Caso Tate-LaBianca, um best-sellernos
Estado Unidos com mais de sete milhões de exemplares vendidos.
À exceção de Susan
Atkins que morreu na prisão em 2009, todos os outros assassinos continuam a
cumprir suas penas em prisões da Califórnia, tendo sido negados através dos
anos todos seus pedidos de liberdade condicional.
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Sharon e Doris Tate (mãe de Sharon) |
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Sharon e Jay mortos. |
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"A lápide da sepultura de Sharon Tate noHoly Cross Cemetery, em Culver City, Califórnia, onde ela está enterrada junto com seu filho, sua mãe e sua irmã."
Uma década após
seu assassinato, sua mãe, Doris Tate, em resposta a um crescente status cult
que envolvia seus assassinos e temerosa de que eles pudessem conseguir
liberdade condicional - apesar de condenados à prisão perpétua - organizou uma
campanha pública contra o que ela considerava deficiências no sistema
correcional da Califórnia. A campanha resultou em emendas criadas na lei
criminal do estado, que passou a permitir a vítimas de crimes e seus familiares
a participação com depoimentos durante o julgamento ou pedidos de liberdade
condicional de criminosos condenados. Ela foi a primeira pessoa nos Estados
Unidos a ter o direito de se expressar em audiência oficial após a aprovação da
nova lei, o que fez durante a audiência do pedido de liberdade condicional de um
dos assassinos de sua filha, Tex Watson. Ela acreditava que a mudança na lei
havia dado à Sharon Tate a dignidade que lhe havia sido retirada por seus
assassinos e que por isso ela agora era capaz de transformar o legado de Sharon
de vítima de assassinato em símbolo de vítimas de crimes de morte.
Filmografia :
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